by Pedro Vieira

Eu e a Mia arrancámos o Tour IVM Online 2020 com a introdução de um conceito de que ambos gostamos muito: os 5Ds do Desenvolvimento Pessoal. São 5 princípios que, quando estão presentes, nos garantem estar perante um real processo de desenvolvimento pessoal. Bem, um processo real e pelo qual temos preferência – sendo que há outros que, não cumprindo estes 5 preceitos, podem igualmente conferir progresso das competências pessoais recorrendo a princípios (mais sobre isto mais à frente no texto).

Explicitamos aqui os princípios para que se possam compreender melhor as nossas próprias abordagens de desenvolvimento pessoal. Afinal de contas, todo o trabalho que realizamos (dos nossos cursos de Parentalidade Consciente, Coaching, Neuro Estratégia e Top Speakers aos episódios do Podcast IVM, passando pelos livros que escrevemos, cursos online e palestras) assentam nesta mão cheia de princípios.

Dinamismo

Uma boa abordagem de desenvolvimento pessoal usa movimento. Pode ser movimento físico (fazer alguma coisa) ou movimento mental (pensar alguma coisa que provoque movimentação nas redes de informação). O dinamismo é fundamental pois permite a criação de um fluxo de energia que pode ser direcionado ou redirecionado por forma a gerar uma aprendizagem ou um novo resultado. Sem movimento não poderá existir progresso. Assim, qualquer iniciativa que não impele à criação de movimento físico ou mental dificilmente poderá entrar na categoria de desenvolvimento pessoal, não é?

Desafio

Se o movimento criado pelo dinamismo não gerar a exploração de novas zonas de comportamento e pensamento não existirá desenvolvimento pessoal, apenas reforço daquilo que já se sabia. Para que haja progresso, adopção de novos comportamentos que gerem novos resultados, experimentação de novos pensamentos que reorganizem a psicologia, então necessitaremos de desafio. O desafio traz normalmente algum tipo de desconforto – associado àquilo que é novo, aos caminhos nunca trilhados, às posições opostas, à quebra de barreiras, ao ultrapassar das limitações, à experimentação… Sem desafio não há desenvolvimento. 

Diversão/Descontração

A aprendizagem e o desenvolvimento acontecem com muita dificuldade no meio da tensão. Pois a tensão (física, emocional e mental) gera rigidez, movimentos defensivos e protetores daquilo que já é e convida mais facilmente à entrada em ação dos mecanismos de fuga ou ataque. Tudo fica mais fácil quando as propostas de desenvolvimento pessoal recorrem a métodos e processos que nos ajudam a sentir leveza, capacidade de nos olharmos sem sentirmos que o nosso valor, identidade ou sobrevivência está em jogo, Ou seja, que nos permitem sentir descontração e, quando possível, até diversão. Sim, que nos possamos divertir enquanto nos libertamos das amarras e progredimos!

Direção

Os Ds anteriores põe-nos em movimento, convidam-nos a sair da zona de conforto com leveza e descontração… Com que direção? A direção pré-definida acabará por ditar se o processo é de desenvolvimento pessoal ou uma mera distração. A direção, que se pode apoiar na definição de intenções, propósitos e metas, é a razão pela qual fazemos o que fazemos. Uma boa direção de desenvolvimento pessoal pode transformar quase todas as experiências de vida em potenciais fontes de aprendizagem e progresso. Uma direção inexistente ou que não é desenhada para promover progresso individual e coletivo pode, pelo contrário, promover o desperdício até dos grandes cursos de desenvolvimento pessoal como a parentalidade ou as relações românticas!

Demonstração

Depois de passarmos por um processo de desenvolvimento pessoal sabemos que este gerou resultados quando conseguimos demonstrar uma nova forma de pensar, um novo enquadramento mental para as coisas da nossa vida ou um novo comportamento numa determinada situação. Sem esta demonstração de que houve, efetivamente, algum nível de integração de novas competências e habilidades, não poderemos falar – ainda – de desenvolvimento pessoal. Talvez conheças pessoas que fazem todos os cursos, lêem todos os livros e não mudam nada! Não chegam a demonstrar aquilo. Daí ser decisivo que este quinto D esteja presente: é em função deste, aliás, que um instrutor de desenvolvimento pessoal sabe se conseguiu de facto facilitar um processo de… desenvolvimento pessoal!

Uma boa forma de medires o teu grau de desenvolvimento pessoal numa determinada fase da tua vida (por exemplo nos últimos 6 meses ou nos últimos 3 anos) é procurares avaliar de 0 a 10 quando é que cada um destes Ds esteve presente.

Talvez tenhas um Dinamismo baixo e isto sirva de convite a expores-te a estímulos que gerem movimento físico e mental. Por exemplo, ouvires um tema novo ou um orador novo ou talvez iniciares uma nova prática.

Se o Desafio estiver baixo, podes procurar estímulos menos confortáveis para ti, experimentares algo que te desafio mental, emocional ou fisicamente.

Se for a Diversão que não é alta, talvez possas estar a mergulhar em propostas que apelam em demasia à dor e ao drama e possas procurar outro tipo de estímulos mais descontraídos!

Se não avalias a Direção como alta, talvez possas refletir sobre metas e propósitos para o teu desenvolvimento pessoal e procurares atividades e estímulos que pareçam alinhados com essa direção.

Finalmente, se tens a Demonstração com níveis baixos, isso pode ser um lembrete a integrares e praticares o que aprendeste em vez de saltares de estímulo em estímulo sem mudares nada na prática. Talvez não sintas confiança para mudar ou talvez não estejas a receber o estímulo certo que gere reais mudanças. De uma forma ou de outra, toma um pequeno conteúdo e implementa-o ainda hoje!

Durante o Tour IVM 2020 vamos trazer muitos exemplos, conteúdos e histórias alinhados com estes 5Ds. Para que possamos, em conjunto, explorar o desenvolvimento pessoal e promover o desenvolvimento de grupo!