Ter poder ou estar num lugar de chefia, como a investigação já demostrou, torna as pessoas, muitas vezes, obcecadas com os resultados e o controlo, e , consequentemente, leva-as a tratar os seus colaboradores como meios para atingir fins. Como a pesquisa demonstra*, isto ativa o medo nas pessoas – o medo de não atingir os objetivos, o medo de perder os bónus, o medo de falhar, de ser despedido – e como consequência as pessoas deixam de sentir emoções agradáveis , deixam de ter motivação para aprender ou experimentar coisas novas. Este tipo de liderança hierárquica está ultrapassada e é contraprodutiva – quando o líder se foca demasiado no controlo e nos resultados e não suficientemente nas pessoas, está a tornar muito mais difícil que a empresa, a equipa atinja, de facto, os objetivos desejados.

Por outro lado, quando vemos a liderança como uma forma de servir os outros, promovendo o seu crescimento pessoal, e fornecendo suporte – emocional, de recursos, de meios – para que tal aconteça , estamos realmente a ser o líder de que as pessoas , as organizações precisam. Uma líder que serve os seus colaboradores precisa de humildade, coragem e visão para admitir que pode beneficiar da experiência e sabedoria dos outros que têm menos poder do que ele. Este líder ativamente procura as ideias e as contribuições únicas dos seus colaboradores. E é assim que uma liderança servil cria uma cultura de aprendizagem mútua, uma atmosfera que encoraja os colaboradores a serem o melhor que podem /conseguem ser.

Humildade e servir os colaboradores não implica que os lideres tenham uma baixa auto-estima ou que tenham uma atitude de prestar vassalagem – pelo contrário! Este tipo de liderança realça a responsabilidade do líder em aumentar a autonomia, responsabilidade pessoal e autoridade dos colaboradores e o foco em encorajá-los a pensar por si próprios e a experimentar, partilhar, as suas ideias e novas abordagens. Para isto não podemos sentir-nos ameaçados ou ter pouca auto-confiança, precisamos de estar tão seguros do nosso papel e de quem somos e do nosso valor que não temos medo de deixar os outros ter poder, brilhar e desenvolver-se.

*pesquisas e texto baseado no trabalho de Dan Cable da London Business School