Há uma história muito interessante contada pelo atleta Kilian Jornet , um dos maiores ultramaratonistas de sempre, quando, no final de uma prova da Ultra Maratona do Monte Branco – das mais longas e duras – deu por si irritado , desiludido consigo próprio, triste, porque, embora, tivesse ficado entre os primeiros, não a ganhou como queria e não a fez no tempo a que se tinha proposto.

Foi-se deitar e no dia seguinte, depois de tomar o seu pequeno almoço, voltou ao lugar onde a prova terminava. Passadas quase 24 horas da sua chegada, ainda estavam atletas a chegar!

Precisamente nesse momento em que estava junto à meta, assiste à chegada de um dos (últimos) atletas – quase um dia depois do que ele! E repara que o senhor vem com um sorriso de orelha a orelha, muito feliz por ter chegado ao fim.

Guillian conta que, naquele momento, teve um pensamento que modificou para sempre a forma como encara o sucesso.

As palavras que lhe vieram à mente foram: “ Que cabrón!” porque ali entendeu que, na verdade, aquele homem tinha mais “sucesso” do que ele.

Embora tivesse tido um resultado muito “pior” , sentia-se muito melhor! Pelo foco excessivo que colocara num resultado, numa meta, no que seria o sucesso perdera a capacidade de desfrutar da prova e do que, na realidade conseguira alcançar, ficando mal em vez de bem.

Uma coisa – ter objetivos, alcançar metas, ir atrás do que queremos – não invalida a outra – sabermo-nos sentir bem connosco próprios independentemente de tudo isso. Ter a primeira sem conseguir a segunda, não faz, na verdade, sentido nenhum. E tu, medes o sucesso pelas tuas conquistas “internas” ou “externas”?